Autoconhecimento

Autor: Dinis Batista, 11º A   

No âmbito da disciplina de filosofia, fui convidado a apresentar a minha perspetiva sobre a capa do manual deste ano, a sua simbologia e a sua relação com a filosofia e alguns aspetos desta.

A capa apresenta um busto multicolor, que se assemelha ao de uma mulher. Destacam-se, a uma cor mais escura, alguns dos órgãos sensoriais, tal como, a boca, o nariz e, principalmente, os olhos. É-lhe atribuído um olhar marcante e complexo, como se tivesse focada em alguma perspetiva, ou vice-versa. Quanto às cores, os olhos são marcados por um tom muito escuro de preto o que lhes dá um ar sério e uma sensação de profundidade e estoicismo, como se fossem dois vazios num rosto. Aparte dos olhos, o resto da capa encontra-se bastante colorida, no entanto também com tons mais escuros. Tanto as cores, como os seus variados tons, penso que estejam a representar as diversas emoções que estar a sentir naquele momento.

Relativamente ao título do manual, Ágora, este tem uma antiga relação com a filosofia e com a sua história. Ágora era um termo utilizado na Grécia Antiga que significa assembleia/reunião. Antigamente, estas eram locais de pensamento onde se discutiam política, educação, ética e principalmente filosofia, onde se respondiam a diversas questões que ainda se fazem nos dias de hoje, sendo exemplo de uma delas a busca pelo autoconhecimento, a nossa autopersonalidade e o quanto sabemos sobre ela.

Será que realmente sabemos quem somos?

Pessoalmente, a minha resposta, desde pequeno, tem sido um humilde: “Não sei”. De acordo como o pai da biologia, Charles Darwin e a sua teoria da evolução natural, o ser humano, desde o seu nascimento até à sua morte, está em constante mudança, tanto a nível físico como a nível psicológico. Portanto, por mais que me pedissem e que eu tentasse, admito que provavelmente nem eu nem outra pessoa qualquer conseguiria incutir uma definição numa variável contínua, pois o “eu” que está a escrever este texto será muito diferente do que o que estará a lê-lo.

Concluindo, devido a essa mudança constante, para além de este conhecimento sobre nós próprios ser irregular e imprevisível, é também infinito. Se com o tempo a nossa autopersonalidade continua a remodelar-se, o conhecimento que temos sobre ela muda paralelamente, sendo também impossível estabelecer-lhe um limite.

Então, fica a pergunta:  

Se tivermos um telhado velho e substituirmos todas as telhas, continuaria o mesmo telhado?

                                                            

Scroll to Top