Autor: Bruna Santos, 10º A
No dia 14 de novembro, a turma do 10ºA teve a oportunidade, no âmbito da disciplina de Biologia e Geologia, de realizar uma saída de campo aos afloramentos de Tojal de Pereiros, classificado como Monumento Natural Local. Nesta área, localizada na zona industrial das Cantarias, em Bragança, afloram algumas das rochas mais antigas de Portugal: os granulitos.
Estas rochas metamórficas, formadas há 1079 Ma em condições extremas de temperatura e pressão, são verdadeiros testemunhos do passado distante da Terra, pois pertencem a um período remoto da história geológica de Portugal e a sua formação esteve relacionada com a colisão de placas continentais que originaram o supercontinente Rodínia.
Os granulitos de Tojal de Pereiros são compostos fundamentalmente por piroxena, granada, anfíbola, plagioclase e quartzo. Os mais escuros (máficos) têm abundância de piroxena e anfíbola e escassez de plagioclase e quartzo, enquanto nos mais claros (félsicos) sucede o oposto. Os granulitos de Tojal de Pereiros são considerados de alta pressão (na transição para os eclogitos), pois chegaram a estar a pressões superiores a 10 quilobares, o que corresponde a profundidades na crosta que poderão ter superado os 40 km. As temperaturas, por seu turno, atingiram um máximo de 850 ˚C
Nos afloramentos visitados, observamos também blastomilonitos máficos preservados e visíveis á superfície, que resultaram da transformação metamórfica dos granulitos máficos, pela passagem da crusta inferior.
Durante esta visita tivemos a oportunidade de entender a formação dos granulitos e conhecer a sua mineralogia, perceber como o movimento das placas tectónicas e o metamorfismo desempenham um papel crucial no nosso planeta, mas também nos fez refletir sobre a importância e a responsabilidade de cada cidadão em proteger e preservar estes lugares, que para além de serem um valioso património geológico, são também fontes de conhecimento sobre a evolução da Terra. Através da preservação, garantimos que as futuras gerações também possam explorar, estudar e, principalmente, aprender com as histórias que essas rochas guardam.
