Autor: Professor Rui Gonçalves
Erasmus + Acreditação 21- 27
Oito alunos (Muriel dos Anjos, João Pina, Ana Meirinho Afonso, Bárbara Afonso, Leonardo Ramos, José Miranda, Lucas Ferreira e Cátia Fará) do Agrupamento, acompanhados por três professores, visitaram, no passado mês de Março, a Ocitânia, no sudoeste de França, e as cidades de Toulouse e Albi, para encerrar um grupo de mobilidades entre o Agrupamento e o Collège Augustin Malroux, no âmbito do projeto Erasmus +.
A surpreendente cidade de Albi foi o epicentro das atividades desenvolvidas ao longo de uma semana, e foi também ali que todos puderam desfrutar, ao final do dia, aproveitando todos os mistérios do crepúsculo, de uma cidade medieval, construída em terracota e madeira, de ruas e becos labirínticos em direção à majestosa, imponente e avassaladora Catedral de Santa Cecília.
A Catedral, construída ao longo de dois séculos, a partir de 1282, no tempo dos inquisidores, sob um promontório nas margens do Tarn, apresenta-se como uma verdadeira fortaleza militar, aparentemente inexpugnável, de tão grande e dura. Portas dentro, assiste-se a uma verdadeira transfiguração do “castelo”, que é, agora, um templo religioso decorado de forma exaustiva, qual espetáculo de frescos e telas, com os sete pecados capitais e o juízo final, mesmo à nossa frente, no altar-mor, de adorno ao Cristo crucificado. A fé impondo-se-nos, irredutivelmente. A Catedral merece uma visita a Albi por si só.
Cá fora, nas ruelas e pracetas, muitas lojas e cafés, muitos recantos e lugares soalheiros para empreender essa viagem no tempo, essa imersão nos séculos de vida daquela imensidão cor-de-rosa, cruzada com madeiras da mesma idade e, num par de esquinas, as famosas pâtisseries com os macarons de todas as cores, as tarte ou critron e todo o elenco de sabores e formas de chocolate (nesta última parte só participaram os alunos…).
Depois de uma selfie junto à Catedral de Santa Cecília, e ainda no complexo medieval que circunda o templo, antes da travessia do Tarn para o outro lado, visita ao Museu Toulouse-Lautrec, que reúne um importante espólio do pintor francês, que, no final do séc. XIX, se dedicou a documentar o submundo parisiense e as suas idiossincrasias, a partir do drama e da miséria das margens da sociedade da cidade luz (a prostituição, por exemplo), espelhados nos rostos e nos gestos das figuras que se abandonam à sua sorte, ao seu destino.
Um piquenique em Toulouse
A meio da semana, visitamos Toulouse, a capital dos estudantes e dos tijolos de terracota, de avenidas e praças onde a curiosidade e o deslumbre nos fazem, facilmente, perder. Depois de um passeio nas margens do imponente Garonne, a caminhada continuou para a Place du Capitole, onde se encontra o Hôtel de Ville (a câmara municipal) e o Capitole, com a famosa Salle des Illustres, uma sala interminável, desprovida de qualquer mobiliário ou artefacto, porque os extraordinários frescos das paredes e tetos chegam para captar a atenção (e não dá tempo de ver tudo!).
Antes da visita ao Museu de História Natural, almoço no Jardin de Plantes, mesmo ao lado, em forma de piquenique, com queijo brie, fuet e outras iguarias da região de Gaillac, cidade por onde o grupo passou no último dia da mobilidade. Entre pássaros, bancos de jardim, relva verde e árvores de todo o mundo, o grupo de alunos (portugueses e franceses) puderam cimentar o convívio e a troca de experiências, às vezes estranhas, outras, familiares e próximas…
Por fim, ainda houve tempo para visitar a gélida cidade de Rodez, um pouco mais a norte, trespassada por ventos que queimam a pele, que acolhe mais um fantástico museu, desta vez dedicado ao artista contemporâneo Pierre Soulages, que encontrou na cor preta e no uso de diferentes texturas a forma mais idónea para contar histórias e provocar emoções. Da visita, que terminou num pequeno workshop de arte, resultou a pequena exposição que anima o piso 0 da Escola Abade de Baçal: extraordinaire!








