Autor: Celsio Alegria, 9ºD
Há pequenas coisas, pequenos cheiros, que nos fazem voltar ao passado e recordar! Um pequeno puff de Moscovo Vermelho (Krasnaya Moskva – em russo) basta para transportar o povo russo para a sua infância na antiga União Soviética. Quem o descreve diz que tem toques de laranja e rosas, parecido com o Nº5 da Chanel.
Depois da árdua e trabalhosa conclusão do Primeiro Plano Quinquenal, em meados dos anos 1930, os soviéticos decidiram que era altura de aproveitar um pouco. Anastas Mikoyan, comissário do povo para a alimentação, foi visitar vários países e regressou com novos produtos para a já vasta ementa soviética da época: gelado, salsichas e champanhe Soviet.
Para alegrar a vida das mulheres socialistas, a mulher de Molotov, responsável pelos Negócios Estrangeiros, Polina Zhemchuzhina, que trabalhava no mesmo ministério de Mikoyan, no departamento de Gorduras Alimentares, conduziu a promoção do célebre perfume.
O Moscovo Vermelho, cuja origem se deu antes da Primeira Grande Guerra, teve um grande êxito: um simples perfume transformou-se num emblema das conquistas químicas e industriais soviéticas.
Sendo assim, Zhemchuzhina foi promovida a comissária do povo para as Pescas. A esbelta e elegante comissária, nascida numa pequena povoação e membro do partido desde 1918, ascendeu a um dos mais altos cargos, equivalente hoje em dia ao cargo de ministra. Mais tarde, foi acusada de ser sionista e foi presa, voltando cerca de cinco anos depois, mantendo-se fiel aos ideais da sua pátria até à sua morte em 1970.
O perfume, composto por aproximadamente 60 componentes, esteve em alta até ao período de Brejnev, quando a moda soviética se apresentava sem grandes novidades; mais tarde, regressou à Rússia pós-soviética como um produto de grande nostalgia!

