Autor: Beatriz Esteves, 11º A
Paul Gauguin, De onde vimos? Quem somos? Para onde vamos? 1898
A pintura “De onde vimos? Quem somos? Para onde vamos?” da autoria de Gauguin revela ao observador várias pessoas em diferentes fases da vida, numa paisagem escura, mas em plena natureza, remetendo-me para o período das cavernas. À direita, há um recém-nascido, ao centro estão alguns adultos em momentos calmos e pensativos, e à esquerda uma mulher idosa, encolhida, perto da morte, penso eu. A ideia é mostrar a vida do princípio ao fim, ou seja, demonstrar o ciclo da vida desde o nascimento até à nossa morte.
No lado direito, há um cão deitado e no canto esquerdo um pato. Parece que estão ali só a existir, sem grandes problemas. E é isso que me chama a atenção; enquanto os Seres Humanos ali presentes parecem estar «perdidos» e a vaguear por perguntas existenciais e pensamentos, como “De onde vimos? Quem somos? Para onde vamos?”, os animais estão ali só a existir e a viver, descansados e sem complicar. O cão parece estar a dormir, e o pato está apenas parado, ignorando tudo e vivendo tranquilamente sem grandes confusões ou questões existenciais, apenas conectados com a Natureza.
O quadro lembra-nos que, às vezes, somos nós que inventamos o «peso das coisas». Talvez viver seja mais simples do que pensamos. Talvez não tenhamos de saber tudo, só precisamos de estar, como os animais, descansados e tranquilos. Talvez a grande questão da vida não seja encontrar respostas, mas sim perceber que fazemos parte de algo maior, que não precisa de explicação para ter valor. Talvez viver seja aceitar os problemas e, com altruísmo, resolvê-los.
