Garèoult: entre a serra e o mar

Autor: Professor Rui Gonçalves

Provença não é só lavanda

Onze alunos da Escola Abade de Baçal (Juliet e Francisca, Tiago, Luís Pedro, Daniel, João Maria, Rodrigo, David, Mateus, Martim e Tomás) visitaram, no passado mês de abril, o College Departemental Guy de Maupassant, em Garèoult, no coração da Provença francesa, entre o Mont Ventoux e o Mediterrâneo, ao lado de Toulon e Aix-en-Provence.

 A semana teve início com uma caminhada pelas ruelas da pequena vila francesa, que, apesar de pequena, anuncia de forma particularmente expressiva aquelas que são as características das localidades francesas da região: casas de cor beije ou beije torrado ou apenas tijolo de terracota, portadas azuis acinzentadas, ruelas e curvas apertadas e muito verde à volta, o que assegura uma certa placidez, entre o bucólico e a imersão na história.

Foi o maire de Garèoult que recebeu o grupo de portugueses e franceses no final da caminhada matinal, apresentando aquelas que são as principais características daquele território e qual a sua história… após o discurso, momento de convívio e confraternização na praça em frente, junto à fonte (e na Provença as fontes estão por todo o lado).

No dia seguinte, excursão até La Sainte Baume, um templo religioso cravado numa formação rochosa (decorrente da colisão de duas placas tectónicas), antecedido por um frondoso bosque, que o grupo teve de “escalar”, durante um par de quilómetros. O templo, que recebe vários peregrinos a toda a hora, possibilita uma visão ampla sobre o planalto de Aix-en-Provence e sobre os montes que inspiraram Paul Cézanne, um dos mais representativos pintores locais.

O dia prosseguiu, talvez por isso, com um “desafio artístico”, já no sopé da La Sainte Baume, com todo o grupo, utilizando aguarelas, a ter a possibilidade de escolher, entre tanta “visão” magnífica, aquela que queria fixar na sua memória. O desafio foi animado, originado certa competição, entre papoilas, borboletas e árvores, das quais emergia o maciço rochoso e, depois, o céu.

Ainda antes do fim de semana, a escola francesa organizou a gala “Talentíssimo”, dedicada à música e à dança e a outras performances artísticas, de acordo com as escolhas dos alunos. A Escola Abade de Baçal fez-se representar por dois alunos, a Francisca e o Tiago Alves, que tocaram piano para uma plateia em júbilo a cada prestação, numa tarde quente, mas muito divertida.

No final da mobilidade, visita à extraordinária cidade de Nice, erigida no encontro do Mediterrâneo com os últimos resquícios dos Alpes, estendendo-se numa baía dourada cheia de lugares aprazíveis, quer pelas condições naturais, quer pelas propostas que o modo de vida e a cultura franceses foram engendrando ao longo dos anos.

No caminho para a capital dos Alpes Marítimos, passagem pela pitoresca e também muito bonita cidade de Grasse, onde a comitiva pôde visitar uma perfumaria e conhecer todos os segredos para a criação e comercialização das mais exóticas fragâncias que se conhecem. Várias toneladas de flores são necessárias, às vezes, para extrair um litro de uma essência de um determinado perfume (um trabalho de verdadeira paciência!).

A meio da mobilidade, os alunos puderam confraternizar e cimentar relações com os seus parceiros franceses durante um fim-de-semana inteiro e fazer algumas visitas opcionais, explorando uma região com muitas cidades e lugares de inexcedível beleza.

Já no aeroporto, procedeu-se à votação de diferentes categorias de prémios, definidos previamente, destacando-se os seguintes vencedores: prémio “Chorei na despedida”: Rodrigo Ratado, com 874 pontos; prémio “Não percebo nada de piano ainda assim ganhei uma t-shirt da Le Coq Sportif”: Tiago Alves, com 1056 pontos; Prémio “Como arruinar o hino nacional dentro de um autocarro”: todos os rapazes do grupo, com 1282 pontos. Vive la France!

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