Eu creio nas bruxas

Autor: Célsio Alegria, 9ºD

Eu creio nelas!

são bruxas horrendas,

horripilantes,

feias de pasmar

vivem em barracas

ou castelos

à beira dos pântanos

Umas têm verrugas enormes

outras, olhos a saltar

umas atraiam maldições

outras, gostam de gritar

mas, todas sabem assustar

Quando a noite é escura e medrosa

E a lua cheia não é serena

qualquer um as pode escutar

a fazer feitiços, a atentar

O luar são os seus amores!

escondidas entre horrores

horas passam sem fim

murmurando maldições antigas

tecendo as suas intrigas

em troca de osso e marfim.

Na noite fria e sombria,

preparam a sua feitiçaria,

com olhos que brilham no breu

conjuram as suas artimanhas

invocam as almas mais estranhas.

Eu sei o nome de muitas

Amargura é sombria

amargurada da vida

vive junto a um lago, sozinha

e maltrata as coitadinhas.

Malévola é muito malvada

gosta de decapitar as fadas

ri-se ri-se sem piedade

com muita maldade

ora ri-se das coitadas.

D. Sância teve uma má infância

foi criada por um místico curandeiro

não era o Rasputin

nem algo que o valha,

lembro-me,

era um grande canalha.

Conheço tantas

mais de mil

de mais cem outras

que recheiam as histórias

de terror para além de mim.

Umas têm roupas compridas

outras roupas curtas

mas todas trazem uma vassoura

uma vassoura que voa

Quando a noite avança, misteriosa

e a neblina cobre o chão

elas saem em procissão
dançando sob as estrelas

trazem à tona as suas mazelas

e assim  dominam a escuridão

Lembro-me de uma noite fria,

em que a névoa cobria a vila,

o vento assobiava sombrio,

e as bruxas, com a sua trilha,

saíram para espalhar agonia.

Primeiro veio Amargura,

a sua presença, uma tortura,

junto ao lago ela cantava,

uma melodia que encantava,

trazendo à tona a amargura.

Malévola, com o seu riso cruel,

decepou as asas da pobre Isabel,

uma fada cheia de graça,

mas Malévola, sem ameaça,

roubou-lhe o brilho, como um fel.

D. Sância, a de infância triste,

entre os bosques sempre persiste,

com um olhar de pura desilusão,

buscando as almas na escuridão,

os seus feitiços são como um despiste.

Estas bruxas, em noites sem fim,

dançam ao redor de um caldeirão,

murmuram palavras antigas assim,

invocando uma maldição,

sobre os campos, lançam enfim.

A aldeia treme, assustada,

as crianças choram na madrugada,

os homens fogem, sem coragem,

as mulheres rezam pela passagem,

daquela noite amaldiçoada.

Contam que sob a lua cheia,

as bruxas revelam a sua veia,

tecem tramas com destreza,

espalham medo e tristeza,

ninguém ousa desafiá-las na aldeia.

Por isso eu creio nelas, de verdade,

nas bruxas que dominam a escuridão,

em maldade e astúcia, sem piedade,

em cada feitiço e invocação,

são lendas vivas em cada geração.

E assim, em noites de lua fria,

quando o vento traz agonia,

lembro-me dessas histórias de horror,

do medo e do clamor,

das bruxas que vivem na memória sombria.

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